MAU EXEMPLO NA SAÚDE
DIÁRIO DE NOTÍCIAS cartas, 02-Abril-2006 (Ainda a maternidade de Elvas) |
Nunca pensei concordar com o "leader" do PSD, já que estou longe da sua área política, mas, por uma vez, acho que ele tem razão. Não pode um Estado alijar responsabilidades de soberania a um nível tão elementar como o de nascimento de cidadãos NO SEU PRÓPRIO TERRITÓRIO.
Um Estado que faz isto abdica do DIREITO de existir. Como se tal não bastasse, tudo isto foi feito contando com o vizinho espanhol, SEM OUVIR A OPINIÃO DESTE,...a julgar pelas reacções de espanto, e até de alguma indignação, dos médicos da Maternidade do Hospital de Badajoz.
Não brinquemos com coisas sérias. Não brinquemos com coisas sérias. É obrigação de qualquer estado, mesmo na União Europeia, cuidar minimamente dos seus cidadãos, que para isso pagam impostos. E, neste caso, as fronteiras contam.
Badajoz paga a Madrid, Elvas paga a Lisboa. É irresponsável fechar uma Maternidade com base em critérios meramente economicistas ( como, aliás, outros serviços), quando há, neste caso, e ainda por cima, proble mas que se prendem com o exercício da Soberania de Portugal enquanto ESTADO INDEPENDENTE. Em questões como esta se começam por definir atitudes. Não vejo nenhum outro Estado da UE ( e muito menos a Espanha) a "resolver" problemas de sustentação de um serviço fundamental "descartando-o" para o Estado vizinho.
Há limites para tudo. O Estado Português excedeu-os. Urge dizer que não é possível concordar com um tal grau de desresponsabilização. Com que autoridade vai Lisboa, depois de uma tão ilógica e ofensiva decisão, reclamar a recepção de impostos por parte dos elvenses ? Pela lógica "socrática", concentraremos meia dúzia de Serviços em meia dúzia de grandes centros, e "despovoaremos" o resto do País !
Carlos Luna ESTREMOZ |